Na África do Sul, a
política segregacionista do apartheid, combatida por Nelson Mandela, oprimiu a
população negra do país de 1948 ao início da década de 1990. Abertamente
racista, o regime africano não encontrou muitos ecos no Brasil, onde a idéia da
democracia racial – a convivência pacífica entre negros e brancos – está bem, e está ”firmemente cravada
no imaginário popular.
Essa tolerância a
brasileira , no entanto, é apenas uma fachada
para esconder a discriminação que os descendentes de africanos sofrem por aqui.
Segundo a pesquisadora Eugenia Portela de Siqueira Marques, que fez Doutorado
sobre cotas raciais na Universidade Federal de São Carlos ( Ufscar), existe no
Brasil um “racismo radical”, em que as pessoas não explicitam seus
preconceitos. Para ela, apesar de não haver no País embates diretos como os da
África do Sul, a discriminação se manifesta nas diferenças de riqueza e renda,
principalmente. ”A desigualdade é gritante”, afirma. Já Evandro Piza Duarte,
professor de direito da Universidade de Brasilia (UNB), afirma que a democracia
racial brasileira é um mito que fez com que ocultássemos as diversas formas de
segregação que aconteceram por aqui. ”Até nos anos 1970, por exemplo, existiam
no Brasil clubes onde negros não entravam, diz. Os dois especialistas não são
os únicos a firmar que existe um preconceito racial velado no País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário